Como a laborterapia ajuda o tratamento do dependente químico?

 

 

 

Qual a origem da laborterapia?

 

 

A laborterapia é uma técnica, até certo ponto, recente no Brasil – em 2019, completou 50 anos de reconhecimento no país. Tudo começou com o Decreto Lei Nº 938, de 13 de outubro de 1969.

Se, por aqui, a terapia ocupacional tem pouco mais de meio século de história, ao redor do mundo, ela é uma abordagem mais tradicional.

 

O primeiro relato oficial a respeito dessa modalidade terapêutica ocorreu no início do século XX. 

 

Mais precisamente, em 1917, nos Estados Unidos, com a fundação da National Society for the Promotion os Occupational Therapy (NSPOT), que mais tarde se transformaria na American Occupational Therapy Association.

É verdade que muito antes disso já existiam registros do uso da laborterapia para o tratamento de doenças e transtornos mentais. 

 

O tratamento para a dependência química pode aliar diferentes estratégias para sua eficácia – e a laborterapia é uma das opções.

 

Ainda que não seja uma abordagem exclusiva para esse tipo de quadro, ela pode trazer resultados significativos ao manter a mente do paciente ocupada e devolver um propósito para a sua vida.

 

Os motivos para que isso aconteça são muitos – e os benefícios, também.

Segundo um estudo divulgado pela American Occupational Therapy Association, a laborterapia ajuda o indivíduo a refletir sobre a sua rotina e a analisar como o uso abusivo de drogas faz com que ele perca a sua identidade e autonomia.

 

Assim, a partir de uma abordagem sistêmica, a técnica busca restabelecer o prazer e o bem-estar em viver, mostrando que é possível se sentir realizado e feliz sem o consumo de entorpecentes no seu dia a dia.

 

 

 

O que é laborterapia?

 

 

Também chamada de terapia ocupacional, a laborterapia, como o próprio nome já entrega, tem como foco o restabelecimento do paciente por meio do trabalho.

A ideia é que, a partir da inclusão de atividades profissionais na rotina, sejam elas intelectuais ou físicas, haja uma diminuição da ociosidade e a abertura de novas perspectivas na vida do indivíduo.

 

Para que a abordagem tenha êxito, é recomendado que sejam levados em conta aspectos como vocação, interesse, capacidade e limitações da pessoa.

Ou seja, é interessante despertar um prazer genuíno, para que não seja algo meramente protocolar, que mais tarde passe a ser encarado como uma obrigação – o que pode provocar gatilhos emocionais que remetem ao uso de drogas

 

Sua aplicação também traz resultados promissores na reinserção de ex-presidiários à sociedade e no estímulo do cérebro e da coordenação motora de idosos em asilos e casas de repouso.

 

 

Laborterapia no Brasil e a abordagem na dependência química

 

 

A laborterapia só foi reconhecida oficialmente como profissão há cinquenta anos. 

No entanto, antes disso, ela já dava dava passos decisivos por aqui.

Isso porque, em 1951, a Organização das Nações Unidas (ONU) enviou emissários aos países da América Latina com o intuito de encontrar o lugar ideal para a instalação de um centro de reabilitação para dependentes químicos.

 

O objetivo era implementar uma abordagem ocupacional para o tratamento dos pacientes. 

O espaço escolhido foi o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que já tinha experiência no ramo por utilizar aspectos da laborterapia desde a década de 1940.

O sucesso foi tamanho que, em um período de oito anos, começaram a se desenvolver as formações técnicas na área de fisioterapia e terapia ocupacional. 

 

 

Benefícios da laborterapia  no tratatamento do dependente químico

 

 

Aprender a lidar com sentimentos como frustração, ansiedade, perda e irritação

Melhorar a autoestima ao se sentir útil e produtivo novamente

Ter disciplina e respeitar regras e limites

Ser mais responsável

Recuperar a autonomia

Aceitar e compreender a ajuda mútua

Desenvolver a empatia e a preocupação com o próximo

Manter a organização e a noção de continuidade, pois toda atividade tem um início, meio e fim

Reabilitar física e emocionalmente o paciente.

 

 

Como a laborterapia pode ajudar um dependente químico?

 

 

A laborterapia é uma importante técnica de reeducação do paciente por meio da valorização do trabalho.

O ponto central das técnicas oferecidas é que o dependente químico possa ocupar o seu tempo com atividades que privilegiem o autocuidado e o zelo por si e pelo ambiente no qual está vivendo naquele momento.

 

Você talvez já tenha ouvido a expressão que diz que “o ócio é a oficina do diabo”. 

Aqui, ela faz todo o sentido: quando não existe um propósito ou algo com que ocupar o tempo, aumentam as chances de uma recaída e a vontade de consumir drogas.

 

Por meio da terapia ocupacional, é possível dar um novo sentido para a rotina do paciente, deixando seus pensamentos focados em atividades diárias agradáveis, que fazem parte da rotina natural de qualquer pessoa. 

 

Essa abordagem terapêutica colabora ainda com o processo de aceitação da própria realidade, o que ajuda o paciente a lidar melhor com seus problemas e a valorizar a importância dos amigos e da família.

 

Isso sem falar da possibilidade de o indivíduo desenvolver novas competências e, quem sabe, descobrir uma vocação ou um hobby favorito.

Todos esses elementos colaboram para o resgate de um aspecto vital para o tratamento de dependentes químicos: a autoestima.

 

 

 

 

 

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